terça-feira, 16 de abril de 2013

Atividade de Reforço - 7º Ano Português


Foi Remédio Santo
Para que a catástrofe fosse total, o tal pontapé em cheio foi reforçado por uma presença detestável, ali mesmo, na “minha” parada da lotação, com cara de iogurte com pedaços, uma cara cheia de altos e baixos, borbulhas que lembram a paisagem rugosa e pedregosa, árida e fria, da superfície de Marte. Gigantescas crateras com 24 metros de diâmetro, resultantes do impacto de um meteorito, há 23 milhões de anos, montanhas de acne com 48 metros de altura, o ar mais imbecil da via Láctea, o rapaz mais parvalhão, aborrecido, incómodo e feio da escola: o Falinhas Mansas. Estava lá, mas não deveria – ele usar habitualmente a parada da lotação do bairro dele que, felizmente, fica a mais de dez minutos de distância, e usa por mero bom senso, já que passa à porta da casa dele e pára à porta da escola. Deve ter acordado antes do mundo nascer para estar ali àquela hora – e, mal me viu, saiu de transe ou acordou, sacudiu as borbulhas, arrastou o esqueleto, avançou dois passinhos, pôs-me a mão no ombro, repelente, só não parecia uma cobra porque as cobras não têm mãos. Notei que ao falar deixava sair pela boca um cheiro esquisito, flocos de aveia australianos, leite gordo holandês, talvez uma fatia de pão com manteiga açoriana e pasta de dentes com hortelã serrana, à mistura com uma coisa qualquer, pastilha elástica ou isso, americana ou dessas que não têm marca nem origem, mas eu acho que são feitas numa terra chamada Formosa, ou na China, por operários que trabalham a troco de pouco salário e muito sofrimento, que usam os restos das bolas de basquete e das solas dos tênis de boa marca, que também fazem. Dei dois passos atrás, com pavor, e ele deu três passos à frente, com descaramento e determinação e eu gritei: “este rapaz quer passar à frente. Está a furar a fila!” Foi remédio santo, logo uma senhora gorda começou a protestar, um homem magro deu lhe um abanão, uma mulher carregada com malas e sacos pregou um tabefe ao Falinhas Mansas, que, com falinhas mansas, explicou se: se desfazendo em sorrisos e saltitando ora num ora noutro pé, como se estivesse aflito para ir à casa de banho ou atrás da árvore mais próxima, sanitário público de muitos rapazes como ele:
–– Sou colega dela, estudamos na mesma escola, quero apenas (…).
Uma Argola no Umbigo, Alexandre Honrado, Ed. AMBAR

1 - Por que motivo foi usada a expressão “cara de iogurte com pedaços”?
2- Explique o sentido da expressão “o ar mais imbecil da via Láctea”.
3 - Indique o nome que o adjetivo “repelente” está qualificando.
4 - Retire do texto a expressão que comprova que a ação se desenrola de manhã.
5 - Retire do texto um exemplo de narração e um exemplo de diálogo.


Café faz bem
A cafeína é um composto químico de fórmula C8H10N4O2, encontrado em certas plantas e usado para o consumo em bebidas, na forma de infusão, como estimulante. Uma xícara média de café contém, em média, cem miligramas de cafeína. Sua rápida ação estimulante faz dela poderoso antídoto à depressão respiratória, em consequência de intoxicação por drogas como morfina e barbitúricos.

6 - No desenvolvimento desse texto, em relação ao café, o autor:
A) define a sua substância química.
B) indica as formas variadas de tomá-lo.
C) mostra os males decorrentes de seu uso.
D) sugere a diminuição de seu consumo.
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O caipira estava passando na porta da casa de um amigo, quando o avistou lá dentro, vendo tevê.
– E aí, Raimundo! Firme?
– Não, cumpadi. Por enquanto tá na novela.
Almanaque Brasil de Cultura Popular, n. 58, março/2006

7 – No trecho “E aí, Raimundo! Firme? O caipira entendeu que:
A) Está perguntado se estava tudo bem.
B) Se estava assistindo filme ou novela.
C) Se estava passando bem de saúde.
D) O caipira não tinha televisão.

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